Como o cominho é utilizado há muito tempo, é difícil determinar a sua origem, mas pode ser encontrado em toda a bacia do Mediterrâneo, particularmente no Vale do Nilo. A evidência mais antiga do uso do cominho remonta a mais de 5.000 anos, no antigo Egito.
O cominho foi empregado por médicos egípcios, feiticeiros, sacerdotes e sumos sacerdotes do templo selecionados pelo faraó por suas habilidades medicinais e mágicas. Para garantir a segurança do falecido, a família faraônica espalhou-o no chão dos túmulos.
Como muitas outras especiarias da época, era originalmente usado para tudo, menos para o seu sabor na culinária. Antes de virar sabor, era até usado como tempero para fumar!
Historicamente, os hebreus usavam esse anis falso em suas igrejas para coletar o dízimo. A Bíblia menciona o cominho como tempero. Diz-se que o cominho era usado pelos hebreus durante a circuncisão para acelerar a cura e prevenir infecções.
Segundo o folclore, as sementes de cominho foram amaldiçoadas e insultadas desde os tempos antigos para garantir uma colheita magnífica e afastar o mau-olhado.
Os romanos acreditavam que o cominho possuía uma ampla gama de propriedades curativas e mágicas. Para evitar pesadelos desagradáveis, costumavam pendurar sacos de cominho acima da cama. O naturalista e escritor romano Plínio, o Velho, relatou em seu livro XXII que a combinação de cominho e heliotrópio era um tratamento eficaz para pedras nos rins. Para parecerem mais cansados, beberam óleo de cominho, o que os deixou mais pálidos.
Há algumas evidências de que os romanos foram os primeiros a usar esta especiaria na sua cozinha. As qualidades antibacterianas do tempero, que resistia ao cozimento, também eram utilizadas para conservar e esterilizar carnes.
Foi na Idade Média que começou a ser utilizado como alimento na Europa. É possível encontrar cominho em receitas medievais, como o cominee de pouaille, ensopado de frango temperado com cominho. Os servos da época usavam-no como uma espécie de dinheiro para se libertarem da escravidão. Muitas pessoas mantinham consigo um pequeno saco de sementes de cominho para afastar o mal e se defender das bruxas.
O cultivo do cominho foi incentivado por Carlos Magno, segundo o Capitular de Villis.
Para ficar chapado, muitas vezes é fumado com outras especiarias como noz-moscada, cardamomo e cravo nos haréns das mulheres indianas. Além disso, os homens infundiram o óleo essencial de sementes de papoula com propriedades narcóticas, colocando essas sementes em folhas de ouro ou prata e inserindo-as nas bochechas como remédio.
Na Itália, era comum as mulheres esconderem sementes de cominho nas roupas dos pretendentes para que se apaixonassem por eles. Já na Alemanha medieval, era uma forma comum de mostrar devoção ao noivo.