Origem e História de Pimenta-do-Reino

A Pimenta do Reino como é chamada no Brasil, ou pimenta preta, é nativa das regiões tropicais da Índia. A história desta especiaria remonta a milhares de anos, tornando-a uma das especiarias mais antigas e valiosas conhecidas pela humanidade.

Valor e Uso

Durante séculos, a pimenta preta foi uma mercadoria extremamente valiosa, usada como moeda e muitas vezes referida como “ouro negro”. É extraído dos frutos de uma trepadeira, Piper nigrum, pertencente à família Piperaceae.

Distribuição mundial

Os exploradores portugueses desempenharam um papel crucial na introdução da pimenta preta da Índia para outras partes do mundo durante as Grandes Descobertas dos séculos XV e XVI. Desde então, seu cultivo se espalhou por diversas regiões tropicais, inclusive pelo Brasil, onde encontrou condições ideais de cultivo.

Importância no Brasil

No Brasil, a pimenta-do-reino ganhou especial importância no norte do país, notadamente no Estado do Pará e no Espírito Santo, tornando-se um importante produto agrícola.

Introdução e Desenvolvimento ao Espírito Santo

O cultivo da pimenta-do-reino começou no Espírito Santo por volta de 1818, com a chegada de imigrantes portugueses que trouxeram sementes da Índia. As condições favoráveis ​​de clima e solo permitiram uma rápida expansão da produção.

Fatos interessantes

A planta da pimenta-do-reino é uma trepadeira que cresce nas árvores, necessitando de um clima tropical para prosperar. Ao contrário do que o seu nome sugere, não está relacionado com os pimentos (Capsicum) conhecidos pelo seu calor. A pimenta preta é apreciada principalmente pelo seu aroma e não pelo seu sabor picante e é uma das especiarias mais consumidas no mundo.

Produção e Exportação

Em 2023, de janeiro a outubro, o Estado do Espírito Santo foi responsável por 66% do faturamento das exportações brasileiras de pimenta-do-reino. Mais de 67% do volume total exportado pelo Brasil vem desta região. Em 2022, o Espírito Santo já representava 60% do volume exportado e 59% do valor comercial, segundo dados da Gestão e Análise de Dados da Secretaria de Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (GDN/Seag), com base em estatísticas da Agrostat/Mapa e Comexstat/MDIC. De janeiro a outubro de 2023, foram embarcadas 43,9 mil toneladas para 72 países, gerando US$ 133,1 milhões. No ano anterior, foram exportadas 51,5 mil toneladas para 77 países, no valor de US$ 181,9 milhões.

Produção Local

O Espírito Santo possui aproximadamente 11,7 mil fazendas dedicadas ao cultivo de pimenta-do-reino, o que representa 11% das fazendas do estado. A agricultura familiar constitui 76% desses estabelecimentos. A área cultivada deverá atingir 19.685 hectares em 2023, marcando um aumento de 1,2% em relação a 2022. A pimenta-do-reino é tradicionalmente cultivada no norte do estado e está presente em 45 municípios capixabas. São Mateus é o principal município produtor, com 35% da produção estadual, seguido por Jaguaré (12%), Vila Valério (9,8%), Rio Bananal (8%) e Nova Venécia (5,6%).